Ritual de Iniciação: O começo de uma nova vida!

Para começarmos a compreender o que é uma iniciação, trago aqui uma citação do livro História Secreta da Thulegesellschaft, encontrada na Segunda Parte, páginas 26-30.


🔴  A palavra "iniciação" (INITIUM) deriva de duas palavras latinas: IN = em; IRE = ir; ou seja: começo. O iniciado, em geral, é o que começa algo e no particular caso esotérico "é o que começa uma nova vida".
A iniciação implica, então, em uma mudança radical na vida do iniciado. Isto sempre foi assim e podemos comprová-lo analisando o fato da INICIAÇÃO RITUAL através da História. A iniciação ritual é uma instituição de longa data nas sociedades humanas, podendo se detectar, quase sem exceção, sua presença em todos os povos históricos. Nas sociedades primitivas, ainda em nossos dias, é possível observar ritos de iniciação, chamados “de passagem", para fixar a passagem de menino a homem, à sua participação na vida adulta. Também costuma-se iniciar os cônjuges e futuros caçadores. Particular atenção merece, para nós, o ritual de iniciação guerreira que praticavam os povos indo-germânicos, desde tempos imemoriais.
A iniciação é então o initium, o começo de uma nova vida, seja como adulto, cônjuge, caçador ou guerreiro. Mas o tema é dos mais sugestivos e convém analisar com mais profundidade. Todos estes exemplos mostram que a iniciação é uma experiência de caráter eminentemente social, pois a iniciação só pode ser administrada exteriormente, a partir do próximo, com participação coletiva. Para que exista o fenômeno de iniciação deve se dar simultaneamente a operação de uma comunidade iniciática, pois a iniciação - EXPERIÊNCIA INDIVIDUAL - requer um ritual iniciático -EXPERIÊNCIA COLETIVA.
Comprovamos também que, desde suas origens remotas, a iniciação é uma prática COMPROMETIDA com a sociedade em questão, a qual favoreceu a passagem de profano a iniciado, justamente porque conta com a participação deste em responsabilidades que lhe serão reveladas oportunamente.
Por outro lado, se ser iniciado é começar a trilhar um novo caminho,  esta mudança não é de maneira nenhuma fácil ou agradável, originando-se no esquecimento de antigas práticas iniciáticas muitos dos problemas de alienação e neurose que a raça branca enfrenta atualmente. Com efeito, a passagem de "menino" a "adulto" realizava-se mediante uma cerimônia ritual que preparava o homem para várias mudanças que acompanham a entrada na nova vida, entre as quais, de não pouca importância, contam-se: o abandono da mãe, a responsabilidade de contribuir para a alimentação comum, a perspectiva certa da morte, etc. (quando se é criança, uma "próxima etapa" é a de adulto; quando se é adulto, uma "próxima etapa" é a velhice; e quando se é velho, o próximo passo é a morte. Verossimilmente, a “passagem” de criança a adulto apresenta, dentre outras “mudanças”, a da morte). A iniciação tem a virtude, neste caso, de evitar sequelas traumáticas, ao estabelecer, com força de lei social, que o iniciado está tacitamente  preparado para "começar a transitar pelo novo caminho”, o que evidentemente apoia moralmente o candidato.
Entre nós, a passagem para a vida adulta ocorre gradualmente, por falta do limite preciso e inexorável que seria uma cerimônia de iniciação; e pressupõe experiências dolorosas e muitas vezes traumáticas. Há aqueles que nunca conseguem “abandonar” efetivamente a “mãe”, sofrendo uma espécie de perpétua dominação externa e a consequente insegurança interna, pela dependência psicológica criada.
Quando se diz "abandonar a mãe", nos referimos ao "arquétipo materno" e não encorajamos, de forma alguma, uma situação de exílio de nossos entes queridos. A proximidade ou distanciamento da mãe carnal em nada altera esse complexo que gera a "fraqueza de caráter" e o "sentimentalismo", pelo que é necessário assumir com plenitude todo o potencial psíquico com o qual o homem conta; este será o primeiro passo em busca da individuação.
Há, assim, homens que nunca deixam de ser meninos, e homens que nunca chegam a ser adultos, pela gradualidade da "passagem", ao faltar o limite fixado pela iniciação. Esta situação tende a se corrigir na raça branca há alguns séculos com o aparecimento de uma NOVA IDADE entre a infância e a idade adulta chamada de ADOLESCÊNCIA, o que é um eufemismo para se denominar o estado de TOTAL IDIOTICE no qual o jovem cai, por um tempo mais ou menos longo, mas que felizmente tem o efeito benéfico de atenuar o impacto das mudanças exteriores ao se produzir a “passagem”.
Já deixamos claro o que é a iniciação em sua acepção geral.
 
Vejamos agora seu significado esotérico.

Por esotérico entendemos, como indica a palavra grega EISOTHEO, um "fazer entrar" no mistério. Por isso, ao falar de "iniciação esotérica", queremos significar um "começo" (initium) por um lado, e um "fazer entrar" (EISOTHEO) por outro. É sabido que desde Aristóteles o esotérico se opõe ao exotérico ou profano, no campo do conhecimento. Mas este conhecimento ao qual o esotérico alude não é exatamente um "saber oculto" pelo seu caráter secreto, mas pela sua qualidade de "saber privilegiado", quer dizer, categoricamente hierárquico.
O esoterismo abre uma porta “para passar" (EISOTHEO) de um mundo profano, estabelecido gnosiologicamente em categorias falsas, produto de uma percepção errônea do real, que é, por sua vez, ilusório em sua materialidade concreta, para outro mundo espiritual de puras percepções metafísicas, considerado, paradoxalmente, como verdadeiramente real.
Porém, a porta que o esoterismo abre não pode ser transposta por qualquer um; nem todos os profanos estão qualificados para acessar tal saber “superior". O "saber esotérico" supõe o "privilégio" de seu conhecimento e requer, portanto, um "controle" nessa porta que abre para "fazer entrar", EISOTHEO.
Este controle é justamente a “iniciação esotérica” dos profanos capacitados para isso, quer dizer, daqueles homens que são "iniciáveis".
Já falamos sobre a iniciação ritual e nos estendemos sobre os "ritos de passagem", comprovando que a iniciação, initium, supõe uma mudança permanente no iniciado, que começa, a partir do rito iniciador, “uma nova vida”. Na iniciação esotérica, esta condição é levada às suas últimas consequências, de tal modo que o iniciado deve experimentar, como rito de  passagem a uma nova vida, uma AUTÊNTICA MORTE E RESSURREIÇÃO. A iniciação esotérica é unanimemente considerada uma experiência irreversível, de forma que se o iniciado não demonstra, aos olhos de seus iniciadores, uma autêntica transmutação, "dificilmente possa sobreviver para contar."
Para compreender esta terrível afirmação, devemos considerar o fato de que a iniciação esotérica é uma prática antiquíssima e universal, registrada historicamente em todas as culturas conhecidas, motivo este pelo qual contamos com abundante informação, especialmente das grandes civilizações antigas, onde a iniciação esotérica experimentou períodos de autêntico esplendor.
Mas, na Antiguidade, a iniciação esotérica era administrada por castas sacerdotais que respondiam aos cultos oficiais dos diferentes povos, e as deidades envolvidas nos ritos dos Mistérios eram sempre deuses de raça. Assim, conhecemos "Escolas de Mistérios" ou "Cultos" tipicamente iniciáticos possuidores de uma religião ou mito particular, muitas vezes análogos em sua simbologia, para cada povo ou raça antiga. Entre os mais conhecidos, podemos mencionar no Egito: Mistérios de Osíris e Ísis; na Grécia: Mistérios de Dionísio, Mistérios de Elêusis, Mistérios de Orfeu, a Ordem de Pitágoras, etc.; no Irã: Culto de Mitra, Mazdeísmo, Maniqueísmo, etc.; da Índia e Tibete: Hinduísmo, Budismo, Shao-Lin, etc.; do Japão: Xintoísmo, Zen Budismo, etc.; do Islã: seita Sufi1, seita Assassina, seita Drusa, seita Ansarieh, etc.
Em todos esses antigos mistérios, e muitos outros, a iniciação esotérica adquiria formas análogas referentes ao ingresso do neófito e sua posterior iniciação. Parte-se de um conceito universal de que iniciação esotérica "É UM PROCESSO DESTINADO A REALIZAR PSICOLOGICAMENTE NO INDIVÍDUO A PASSAGEM DE UM ESTADO REPUTADO COMO INFERIOR DO SER A UM ESTADO SUPERIOR: A TRANSFORMAÇÃO DO PROFANO EM INICIADO. MEDIANTE UMA SÉRIE DE ATOS SIMBÓLICOS, DE PROVAS MORAIS E FÍSICAS, TRATA-SE DE DAR AO INDIVÍDUO A SENSAÇÃO DE QUE ‘MORRE' PARA 'RENASCER' EM UMA NOVA VIDA”2.
Nesta figura geral sobre a iniciação esotérica, convém se deter nas últimas aspas e reparar também nas "provas morais e físicas" e os atos "simbólicos". As provas físicas a que eram submetidos os audazes neófitos, considerados "iniciáveis" após padecer longos e humilhantes noviciados, geralmente acabavam com sua vida. Não nos estenderemos em exemplos, mas valha a referência elementar de que tais provas físicas consistiam no confronto, desarmado ou quando não drogado, com animais "sagrados", de   maior ou menor ferocidade, como leões, crocodilos, serpentes venenosas, etc.
Os neófitos sobreviventes então enfrentavam "provas morais" que  costumavam consistir em humilhações de vários tipos "para demonstrar humildade"; resistir ao ataque de fogosas e belas sacerdotisas, muitas vezes depois de terem ingerido afrodisíacos sob engano, "para demonstrar castidade"; realizar certas proezas físicas, como resistência à dor ou ao medo, "para demonstrar domínio orgânico"; etc. O fracasso nessas provas morais não significava necessariamente a morte, mas a imediata expulsão do infortunado aspirante. De qualquer modo, esta é uma apreciação geral; pois como em muitos mistérios se compartilhavam - simultaneamente com o noviciado - certos ensinamentos secretos que não deviam ser profanados, os sacerdotes, nesses cultos particulares, executavam o fracassado.

Por último, os "atos simbólicos" se referem ao ritual iniciático propriamente dito, o qual, como é lógico, variava de um Mistério a outro; mas, em todos os casos, tinha por objetivo produzir um tal desdobramento psíquico no neófito, que lhe permitisse realizar a VIAGEM transcendente. Esta "viagem", experiência imprescindível para obter a iniciação, consistia, segundo todas as referências, no trânsito do "eu" desdobrado ao longo de um caminho do “outro mundo”. Tal “caminho” que, em sua rota fantástica para excelsas deidades atravessa, no entanto, abismos infernais lotados de terrores indizíveis, era em tudo semelhante àquele que pisamos em nossa  “última viajem”, a que todos realizamos na hora da morte.
O "retorno" à vida, após a viagem iniciadora, era o autêntico triunfo do neófito, agora iniciado, e se interpretava como um verdadeiro "segundo nascimento".
Do neófito, de sua mente profana, nada havia sobrevivido após a morte iniciadora; o iniciado ressuscitado, ao contrário, era considerado um novo ser, possuidor de um saber obtido ALÉM DA MORTE.       (...)

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